No dia 30 de junho realizou-se o exame de matemática do 12º ano, quiçá, a prova mais exigente para os alunos que se encontram num momento determinante do seu percurso no ensino secundário e ingresso no ensino superior.
Neste último dia do mês de junho registaram-se temperaturas superiores a 40º centígrados, sobretudo nos concelhos do Interior, verificando-se em muitas localidades que, às 9h30 as temperaturas já ultrapassavam os 30º, logo, o calor sentido nas salas de aula, deveria rondar os 35º centígrados, condições objetivamente desadequadas à realização de um exame que exige extrema concentração e empenho por parte dos alunos.
No passado dia 29 de maio, o SPLIU endereçou uma missiva à Senhora Presidente da ANMP - Associação Nacional dos Municípios Portugueses sobre a falta de condições das salas de aula para alunos e professores a partir de meados de maio, com particular incidência nas regiões do Interior do País, verificando-se uma evidente ausência de investimento na climatização das salas de aula, colocando-se em causa as aprendizagens e os resultados escolares num momento crucial em que se realizam as avaliações sumativas.
Como este Sindicato Independente não obteve qualquer resposta da ANMP sobre esta importante matéria, o SPLIU redireciona este incontornável problema para o Senhor Ministro da Educação, pois considera que urge intervir, para que igual cenário não se venha a verificar na reta final das aulas no ano letivo de 2025/2026, e, sobretudo, na época de exames.
As alterações climáticas, com o significativo aumento das temperaturas, também têm significativa influência em meio escolar, afetando o rendimento escolar e o desempenho dos alunos nos exames nacionais.
Existem diversos estudos que apontam para o facto de as condições das salas de aula influenciarem as aprendizagens e os resultados escolares dos alunos. Encontra-se cientificamente comprovado que fatores como o layout do mobiliário escolar, a decoração, e, sobretudo, a iluminação, a ventilação, o conforto térmico e a qualidade do ar, influenciam decisivamente as atitudes e os comportamentos dos alunos na sala de aula, e, consequentemente, o clima propiciador ao sucesso educativo.
A maioria das escolas têm salas de aula com enormes superfícies vidradas, o que provoca efeito de estufa, com temperaturas sentidas superiores a 40º, o que afeta, inevitavelmente, a capacidade de concentração e discernimento intelectual de alunos e professores.
Muitos, e variados motivos, poderão ser invocados para justificar a necessidade urgente para o Ministério da Educação em articulação, ou não, com os Municípios, investir na requalificação e adaptação das salas de aula às situações de frio intenso, e, fundamentalmente, de calor extremo.
O SPLIU tem conhecimento da existência de dispositivos tecnológicos para a implementação de salas de aula inteligentes, e, em experiências já realizadas nas mesmas, concluiu-se que os resultados escolares dos alunos melhoraram, mas, como por norma, "o ótimo é inimigo do bom", num País com parcos recursos, sugere esta estrutura sindical ao MECI que invista no isolamento, na proteção contra a incidência dos raios solares, na regulação da luminosidade e na climatização das salas de aula.
Lisboa, 30 de junho de 2025
A Direção Nacional do SPLIU
